quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Infinito...

“Ah, como esta hora é velha!... E todas as naus partiram!
Na praia só um cabo morto e uns restos de vela falam
Do Longe, das horas do Sul, de onde os nossos sonhos tiram
Aquela angústia de sonhar mais que até para si calam...”

PESSOA, Fernando. Hora Absurda, in Poemes de Fernando Pessoa. Edició Bilingüe pg.26. Ed. Quaderns Crema. Barcelona, 2002.


Foto by: Valéria Araújo. Em Costa Brava, Espanha

Minha saudade é como o atardecer no porto, onde só há lembranças de alegrias e sorrisos entre a canção triste das águas e a nostalgia dos barcos que voltam do dia no mar, gatos que esperam as sobras da pesca e mulheres que esperam por seus homens que nem sempre voltam.

O mar está calmo e melancólico, e sua música triste me deprime. Percebo na imensidão de suas águas a dor da distância, e tenho medo da noite que chega soturna, trazendo consigo silêncio, vazio, frio e escuridão.

Poucas luzes sombrias iluminam o caminho por onde passo, e na penumbra encontro apenas deuses vencidos, frio, solidão e o concerto lúgubre das correntes dos barcos e da água,. Anoiteceu.

Quando amanhecer, o medo da noite será apenas uma lembrança, e uma forma de entender que há beleza em aprender com a solidão do porto e os barcos que partem outra vez.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ó gaja, como vais??
Não sabia que eras assim tão sensível, como escondes isso dos amigos? jajajaja.
Que bela escritora éres, ó gaja. Além de uma grande mulher éres também uma poetisa, veja se pode!!
E aproveite que estás pertinho e venha cá me visitar e tomar um vinho ;-)
Grande abraço do teu amigo Fernando
Cintra - Portugal

Valéria Araújo disse...

Oi, Fernando, obrigada pela visita e pelo comentário. Pois é, sempre devemos guardar um segredinho, senao perde a graça, nao?? jajajaa.
Obrigada pelo carinho, e quanto ao vinho... bem, dia desses apareço, pode deixar!! Beijo bermejo!!

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