quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Primeiros erros



"Porque não

saberemos nem as noites nem as palavras que
deixamos pendentes continuarei bebendo álcool
e escrevendo versos. O tempo é como um menino
que perdeu a sua mãe e a está buscando"
(Raimon Gil. Subtítulos)



Foto: Raimon Gil Sora. Getxo, País Basco


Como uma criança solitária, brinco de esconde-esconde comigo mesma, tentando convencer-me que sou e sinto-me realizada e que venho fazendo útil minha existência neste planeta...
Essa época anterior ao meu aniversário sempre me faz refletir o inútil que fui, sou e sigo sendo em toda minha vida. (Dizem que é o inferno-astral...)

Busco no espelho a menina que sonhava viajar à lua em um foguete, mas apenas encontro nas marcas do tempo as sombras do passado, e meus olhos cansados da espera impaciente da vida, como quem espera em um aeroporto sem destino, sem previsão de vôo.

Talvez o tempo cure as feridas abertas de minha alma, talvez as cicatrizes já não doam no inverno, talvez as pessoas parem de maltratar e abandonar os animais, talvez as pessoas aprendam a viver em paz e os governos olhem pelas pessoas...

Talvez...

Tudo é apenas talvez...

Os sonhos agora são utopias que perderam-se no tempo...

Chronos é implacável com quem não sabe esperar.

E eu não sei...


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