terça-feira, 25 de março de 2008

Recortes de felicidade



"A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos.
O quadro é único, a moldura é que é diferente."
Florbela Espanca
Foto por Valéria Araújo. Cintia e Rai, meus amores.
Cataratas do Iguaçu, Brasil, março de 2.008

Saudades

Saudades! Sim... Talvez... e porque não?
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?...
Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar.
Mais a saudade andasse presa a mim!



(Florbela Espanca, poetisa portuguesa precursora do movimento feminista em Portugal. Batizada Flor Bela Lobo (Vila Viçosa, Portugal; 8 de dezembro de 1894 — Foz do Douro, 8 de dezembro de 1930).

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