quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Pedaços

"Plou lentament sobre els carrers, i el s camins
són prou infinits encara. De retorn cap a casa
m´aturaré a escoltar como creix de nou l´herba."

(Chove lentamente sobre as ruas, e os caminhos
sao bastante infinitos ainda. No retorno à casa
me deterei a escutar como cresce de novo a erva.)

GIL, Raimon. Postal des del poble, in Reduccions no.87, pg.37. Eumo Editorial. Barcelona, 2007. Traduçao pessoal a partir do original em catalao.

Foto by Valéria Araújo.2007

(Texto escrito em Janeiro/2007, recuperado nesta data para postagem.)
Através da janela vejo a imensidão do mundo refletido. A cidade é estática, inerte, assombrosa, tal e qual minha postura diante dela.
O mundo mostra sua presença impoluta e intangível através da vidraça e do ferro que nos separa. Pergunto-me se sucumbirei à sua força...
Uma janela me protege da solidão cinza da cidade, e simultaneamente me priva do ar puro do campo. Paradoxo como minhas emoções.
Sinto aflorar um sentimento
conhecido: a dor desesperada da ausência, a dor contrastante de algo que um dia foi alegria e felicidade, e hoje é angústia e desespero
Luto bravamente para não sucumbir, mas parte de mim insiste em sofrer em troca das doses de alegria proporcionadas pela doce lembrança do que um dia foi e hoje não é mais.
As crianças crescem, os velhos morrem, os jovens cantam novas canções. Tudo é parecido, tudo é díspar
. Tudo é sinônimo e adverso. Absurdo e contrastante como minhas emoções
.

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