quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Horizontes

"Per tutti la morte ha uno sguardo.
Verrà la morte e avrà i tuoi occhi."
(Para todos tem a morte um olhar/Virá a morte e terá teus olhos.)
(Cesare Pavese. Verrà la morte e avrà tuoi occhi. Traduçao livre)


Foto: Raimon Gil Sora. Em Calella, Catalunha.
Um corpo morto pela pólvora invisível dos anos de enganos, sombras e dor, que se revela através da incógnita do tempo e da falsa alegria dissimulada.
A morte é como um relógio sem ponteiros, apenas eterna espera angustiosa e desespero de que tudo se acabe e a vida recomece de alguma maneira.
Mas sou incrédula...
Não estou segura se ainda creio em um possível paraíso além da morte, e talvez prefira o sofrimento conhecido que a mínima possibilidade do prazer oculto, porque só a vida é capaz de recolher as folhas que o outono derruba e gerar através delas novas vidas.

Pelas ruas não sou a única, mas não sou nada...
Caminho incógnita ante a indiferença geral.

Ferida a esperança renasce a desesperança, e as sombras invadem os espaços e a possibilidade de futuro e o presente é vazio como essa praia nessa noite triste e sem lua...
Mas o medo paralisa os sentidos e a alma dos dias.
...........
Distingo a possibilidade do futuro no som de teus passos rápidos e precisos, e teu abraço devolve-me à vida.

Quando chegue a morte, desejo que tenha os teus olhos.

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