quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Paisagem

“Nos colocaram no bolo
Como um casal de noivos.
Se temos que esperar a faca
Faremos por ficar no mesmo pedaço.”

Ronny Someck. Poema da felicidade. Editorial Proa. Traduçao pessoal a partir do catalao disponível em http://subtitols.blogspot.com/

Foto by: Sonia Bao. Palamós, Espanha

O ruído das ondas rebentando nas pedras e o motor de um barco ou outro que passa me remetem a um tempo feliz, de paz e tranqüilidade. Ao longe vejo um único barco branco e solitário lutando para não ser ofuscado pela beleza do sol refletido na água, presenteando-me com um magistral espetáculo nesta linda manhã de domingo.


Minhas lembranças são como o barco branco e solitário quase invisível diante do brilho das águas fundindo-se entre si como um mosaico para formar ao final uma única paisagem; a minha história.

Aos domingos bem cedo costumávamos ir a ver o sol nascer. Ele pegava a minha mão e eu me sentia como uma criança – e em verdade o era – e nos abraçávamos buscando amenizar a sensação da fria brisa da manhã. Era um cenário sublime, e meu coração disparava de alegria em poder compartir algo tão singelo e bonito.


Meus pensamentos viajam rápidos e curtos como as nuvens que agora vejo passeando pelo céu e me recordo os dias em que me deitava na grama à beira do lago do Ibirapuera observando as figuras de nuvens e ponderando o impossível, viver um dia outra vez um amor como havia sido aquele.

E hoje, um agradável domingo de outono, estirada em uma pedra do costado a ler, sento-me para olhar o mar que brilha ao sol como um lindo cartão postal o vejo ao meu lado. Ele sorri para mim e eu agradeço à vida por permitir-me viver essa felicidade mais uma vez.

6 comentários:

Anônimo disse...

Gostava de tar na pedra do costado a ouvir o som do mar também.
Belos textos moçoila. Certo que usas linguagem coloquial a ortografia e a lingüística bem estruturadas doam uma beleza sintática e acolhedora aos textos. Abraço de Sintra.
Margarida Pereira - Sintra - Portugal

Anônimo disse...

M’encanta seure amb tu a les roques i contemplar, amb els ulls mig tancats per la claror, el somriure al teu rostre, o endevinar algun vers de Ronny Someck als teus llavis o en el gest gairebé imperceptible dels teus records. Deixar que el vent giri les pàgines del llibre mentre ens besem abraçats davant del mar, aixó és l'amor.

Valéria Araújo disse...

Margarida, nao sei quem és, mas te agradeço a visita e os comentários. Volte sempre que desejar!!

Valéria Araújo disse...

Rai...
Se naao fosse por você esse post (e esse blog) nao existiriam... Como sempre acontece, teu comentário é mais bonito que os posts, jajajaja. Vou traduzir para que todos que visitem possam desfrutar do que vc escreveu... T´estimo, amor meu. M´encanta ser la teva noia!!

Valéria Araújo disse...

Traduzindo o comentário do Raimon que está acima, lindíssimo!! Original em catalao (quase tao lindo quanto nosso Português)

"Me encanta estar com você nas rochas e contemplar, com os olhos meio fechados pelo calor, o sorriso em teu rosto, ou adivinhar alguns versos de Ronny Someck em teus lábios ou no gesto quase impercetíveis de suas lembranças. Deixar que o vento gire as páginas do livro enquanto nos beijamos abraçados em frente ao mar, isto é o amor."

O comentário do meu poeta...

Anônimo disse...

A través de la imagen os veo. Es así: virtual. Imagen de lo virtual.
Sin embargo, el eco de las caracolas y el olor de la arena y el pino cuando se funden en días de lluvia no lo son. Ese olor no es virtual. Ni el sonido.
No. El amor no puede ser virtual.
Tampoco la felicidad que siento cuando veo el beso de la imagen que yo misma, un día, os robé.

FELICITATS PEL BLOG!!!!!!!

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