segunda-feira, 7 de julho de 2008

Caixa de Pandora


“Felizmente existe o álcool na vida”
(Manuel Bandeira. Na boca. In: Estrela da Vida Inteira. pg. 140. Ed. Nova Fronteira)



Encontrei algumas fotos e folhas manuscritas soltas nas caixas empoeiradas da memória. Revivi os dolorosos momentos já esquecidos, mal gravados e apagados como um velho filme e senti outra vez a amargura dos dias sem sol que emboloram a alma e enegrecem os sentimentos, a tristeza e o amargo da solidão e da saudade.
Nem sempre recordações são felizes, e não se pode apagar o passado como se nunca houvera existido.
O pânico domina minha alma que é triste e obscura como a lua semi-encoberta por nuvens negras nas noites geladas do inverno, e a mente atordoada faz-me sentir o desespero adentrar meus ossos, e minhas pupilas dilatadas pelas lágrimas da alma moída, diluída pela possibilidade...
Memórias são torturas...
Desejaria apenas que o presente fora imutável...

Um comentário:

Anônimo disse...

Por que gostámos de sentir saudade, tu também fazes esta divagaçáo? Por que é que a maldita morrinha perturba os pensamentos? Como escreveste, quase sempre as memórias sao torturas de saudade, e assim vê-se a vida ser abatida e presa a tal sentimento cruel que devasta-nos a alma. Mas se é mesmo tao cruel tal sentimento por que raios o buscamos? Por que reviver o que já estava há muito sepultado no coraçáo e na alma? Por que indagámos o sentimento que creíamos extintos? Se há prazer em sofrer em provocar a si mesmo as dores mais cruéis e terríves e depois perambular pela vida nauseabundos, incrédulos, infelizes?
Ah, Valerinha! Penoso é conhecer as dores e agruras da vida! Fadigoso é viver, Valerinha! Assaz penoso. Memórias são navalhas a retalhar-nos o coraçáo e os malditos retratos jamais extingüem-se dos arquivos da memória! Maldita seja a memória!
(Nuno P.)

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