Mãe de Deus,
Espírito da tarde,
Filha do Sol,
Irmã da lua,
Mãe do vento,
Senhora dos Andes,
protetora da vida
em todas as suas formas.
Tu que eras a vida,
a magia de viver,
e a certeza de morrer,
és agora o mistério, o silêncio
e a majestade da cordilheira.
Acendias a madrugada de cada dia,
pressentida pelos pássaros e pelos poetas.
Tu acolhias o Sol
cansado e sonolento
a cada entardecer e sobre Ele
estendias mantos de vicunha,
só percebidos pelos índios da cordilheira.
Tu guiavas o índio perdido
quando seus caminhos chegavam ao céu.
Por que te ensombreceste?
Acaso foram as caravelas?
Foi o homem branco,
que tu não criaste?
Foram seus rifles
e as matanças que fizeram
de tua criação?
que de Atahualpa
beberam o sangue
Foram seus deuses ferozes
e usurparam as riquezas?
Pachamama levanta-te:
A natureza é tua.
a humanidade está a tua espera,
Restitui-a a sua antiga grandeza,
precisa de tua bondade e do teu equilíbrio,
e até o homem branco,
pedindo perdão de joelhos,
chorando te agradecerá.
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