segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Alexandria



"Desejaria o nada mais
antes que a tua ausência."

Raimon Gil. In: Mounir Troudi


Foto de Valeria Araujo.



Hoje acordei com saudade de teus olhos, de abraçar o teu corpo quente nas madrugadas frias, preparar-te um café com leite pela manhã enquanto ordenas o teu dia e preparas tuas coisas para sair a trabalhar.
Saudade do calor do Monica a observar as pessoas correndo do frio gélido do lado de fora e as gotas de chuva a escorrer pela vidraça enquanto tomamos café e falamos de amor e de poesia, do cinema vazio em nossa homenagem.
Passear cúmplices, amantes pelas ruas de mãos dadas a planejar a vida e a buscar coisas para nossa casa, terminar abraçados no porto a reverenciar o mar, sua grandeza e suas lembranças esquecidas.
Saudade infinita das tardes de domingo em nossa Petita Alexandria e da cadeira vermelha onde me sento para ler sob a luz cálida da luminária que escolhemos juntos enquanto contemplo tua silenciosa beleza a construir textos magistrais entre olor de café e incenso, e do cigarro queimando solitário, abandonado no cinzeiro e o silencio ciumento dos poemas que ficaram esperando para depois o término de sua tradução porque decidimos nos amar longamente, infinitamente no meio da tarde.

A minha pátria tem a cor dos teus olhos e o sol do teu sorriso, e a minha saudade tem o calor de seu corpo e o amargo da solidão angustiosa da espera eterna dos que amam.

4 comentários:

Anônimo disse...

Mai havia somiat compartir la vida amb una dona com tu Valerinha meva; mai havia pensat poder passar la tarda de diumenge traduint poemes amb la dona que estimo, i passejar agafats de la mà pels carrers estrets del poble mentre parlem de Bandeira o Drummond o mentre esperem el nostre torn a la botiga de queviures o escollim un vi a can Morera per acompanyar els formatges. I veure la pel•lícula que el cinema només projecta per nosaltres o prendre un cafè al Mònica just al lloc on, un any enrere, vaig decidir tornar a escriure. T’estimo molt Valerinha, t’estimo moltíssim. Ens veiem a Terra Brasilis, o a Pindorama, o a Pasárgada o sigui quin sigui el nom del tros de terra que trepitgis.

O SDD disse...

Oi Val!!!! Vc parece estar com muita saudade do Raimon..rsrsrsrs
Passei no seu blog para colher um pouco de notícias suas. Espero que esteja tudo bem com vc aqui no Brasil!!!Bjs

Rose disse...

Estive aqui e amei...obrigada menina... vou voltar sempre...

abraços

Anônimo disse...

Oi Valerinha,
Gostava de saber de ti, de como anda a tua vida e teu coração. Gostava de saber se ainda pensa em mim, se ainda se lembra de nossas conversas e planos. Gostava de saber se enfim estás feliz como mereces ou ainda a buscar o que não tinha encontrado.
Eu sempre visito teu sitio, mas certo que falta-me coragem de escrever algo. Por muitas vezes comecei e não terminei.
Gostava de ser eu esse que te desperta esta saudade e este amor todo. Gostava de ser amado por uma mulher como tu. Um dia pode ser que eu a encontre, não sei bem...
Sinto-me uma marionete de madeira nas mãos do destino, sem voz para gritar ou força de romper as cordas. Sinto-me preso, atado ao caminho que escolhi. De vezes tenho vontade de voltar, mas o tempo é implacável e a vida escorre de minhas mãos enquanto fico sentado a decidir se continuo ou volto atrás. Pode ser que um dia uma fada-mãe me transforme em menino e eu possa caminhar para onde queira, poder deixar de ser apenas um marionete.
Felicidades, Valerinha e que tua estrela brilhe sempre. És uma grande mulher.
Nuno

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